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ENTREVISTA COM DKANDLE NO INDIE MUSIC DISCOVERY (EUA)

Joshua Smotherman entrevistou Denis Kandle para o site de música IMD - Indie Music Discovery (EUA).


Confira a entrevista traduzida abaixo, ou CLIQUE AQUI para ler a entrevista original em inglês.



Nesta entrevista, eu converso com DKANDLE sobre o álbum Mondano, parcerias de sonho, lembranças favoritas e muito mais.

Joshua Smotherman



O que você gostaria que os leitores soubessem sobre seu álbum de estreia?

O álbum se chama Mondano, que significa "mundano" em italiano. É um tributo à mundanidade. Acho que é através de experiências mundanas que podemos realmente ter as melhores oportunidades de crescer espiritualmente. O mundo deve ser explorado, não negado. Vamos aproveitar o mundo ao máximo, é disso que se trata o álbum.


Como este projeto se compara com seu(s) outro(s) lançamento(s)? Havia algo específico que você estava tentando realizar?

Antes de tocar como DKANDLE, eu toquei em várias outras bandas de rock. A gente tocava esse punk-rock grungy com pitadas de industrial e shoegaze ao fundo. Com DKANDLE, eu meio que reverti isto: o shoegaze agora prevalece na minha música, enquanto o grunge e o industrial foram para o fundo. Houve uma mudança na maneira como faço música, acho que devido a duas coisas que aconteceram em 2020: a pandemia e uma cirurgia para remover um câncer de pele. Por causa da pandemia, tive que ficar muitos dias em casa, o que me inspirou e me deu o tempo necessário para escrever, gravar e produzir. Além disso, eu fiz uma cirurgia que felizmente teve sucesso e me fez ver as coisas de forma diferente. Tive novos tipos de pensamentos que me fizeram querer tomar um caminho diferente, refletindo meu espírito atual. Considero 2020 uma mudança de jogo em minha vida.


O que o motiva a criar música?

Minha intenção é fazer com que as pessoas sintam o estado de 'taaser' com a música. 'Taaser' é uma palavra que aprendi em aulas de Filosofia Oriental. É uma espécie de transe que você entra através da música de uma forma meditativa. O som o leva a um estado em que você remove seus pensamentos e se torna um com a música. Isto traz uma sensação de prazer através do vislumbre da consciência da unicidade trazida pela música. É realmente outro estado de ser. Ele tira seus pensamentos, mas ao mesmo tempo lhe traz grandes e valiosas epifanias. Este é o estado chamado 'taaser'. Através da música, pode-se chegar ao 'taaser', esta qualidade elusiva capaz de alcançar o núcleo da alma do ouvinte. Eu estou sempre em busca do 'taaser' através da música.


Qual é uma de suas primeiras ou mais poderosas lembranças musicais? Isso desempenhou algum papel para levá-lo a criar?

Eu sempre fui apaixonado por música, desde criança. Ela me traz uma forte conexão com o universo e com meu íntimo, e minha vida flui melhor através dela. Eu amo o êxtase natural que a música é capaz de trazer.


A memória musical mais poderosa que tenho é de algo que aconteceu quando eu tinha 18 anos. Naquela época, decidi fazer um exercício: Eu passaria um mês inteiro sem ouvir música. A ideia era ter uma espécie de férias longe da música para que quando a ouvisse de novo, eu sentisse um grande prazer. Foi fácil no início, mas com o passar dos dias, tornou-se cada vez mais difícil... Quase desisti diversas vezes. Mas de alguma forma eu aguentei, e depois de longos trinta dias, o exercício finalmente chegou ao fim. Eu estava ansioso por este dia. Quando finalmente cheguei em casa do trabalho, preparei tudo como um ritual: peguei uma almofada, desliguei as luzes, liguei o aparelho de som e coloquei os dois alto-falantes bem ao lado dos meus ouvidos. Qual disco eu ouviria primeiro?... Após uma longa deliberação, decidi ouvir o álbum Incesticide do Nirvana, que havia sido lançado recentemente e que eu adorava. Então peguei meu vinil, coloquei a agulha no início do disco, coloquei minha cabeça entre os alto-falantes e fechei meus olhos. Quando Dive começou a tocar... Nenhuma palavra pode descrever o imenso prazer que eu senti. Foi uma experiência muito além das palavras. Você teria que estar na minha posição para realmente entender o quanto foi bom. Você se esquece de si mesmo, do tempo e do espaço.


Considero esta experiência epicurista o auge do estado 'taaser' que eu já estive. Você não precisa de drogas para alcançá-lo. Alguns anos depois, eu até tentei repetir o exercício duas vezes, mas falhei, porque é muito difícil passar 30 dias sem música, pelo menos para mim... Mas devo tentar novamente no futuro, porque vale totalmente a pena. Mas não é preciso passar por exercícios epicuristas para conseguir o 'taaser'. Tudo o que você precisa é concentrar-se na música, de preferência com os olhos fechados e sentindo-se muito confortável, sem preocupações ou distúrbios. Faça isso e o 'taaser' encontrará sua alma, com qualquer música que você goste. O 'taaser' é um dos sentimentos mais prazerosos que um ser humano pode alcançar. Eu gostaria que mais pessoas percebessem isso.


Esta experiência teve um impacto tão forte na minha vida que em cada música que escrevo, tento levar o ouvinte a esta experiência de 'taaser'. Esta é a minha maneira de trazer ideias novas e desafiadoras que, espero, irão irritar o establishment.


Se você pudesse colaborar com alguém - morto ou vivo, famoso ou desconhecido - quem seria e por quê? Se for um artista indie/DIY, por favor, inclua um link para que os leitores possam verificá-las.

Há muitos músicos com quem eu adoraria colaborar, mas se eu tivesse que escolher um, esse seria Kevin Shields, o guitarrista do My Bloody Valentine, uma banda de shoegaze que é uma grande influência para mim.


Qual foi a última música que você ouviu? E quem é uma de suas bandas/artistas favoritas de todos os tempos?

Eu acabei de ouvir 'Evisceration' do Wry. A propósito, é uma música cover de outra banda chamada Killing Chainsaw, ambas do Brasil. Uma música muito legal, eu gosto de como ela flui devagar e forma hipnotizante. Ela faz parte do álbum National Indie Hits.


Os grandes mestres musicais da minha vida são (nesta ordem cronológica): Michael Jackson, Nirvana, Nine Inch Nails, My Bloody Valentine, Dead Can Dance, e SPC ECO. Eu me tornei um grande fã do MJ quando tinha 9 anos. Quando tinha 17, descobri o Nirvana e pirei. Mais ou menos na mesma época, conheci outras duas grandes bandas: Nine Inch Nails e My Bloody Valentine. Minha iniciação grunge, industrial e shoegaze começou com estas bandas. Mais tarde, no início dos anos 00, descobri o Dead Dan Dance, e seu som ethnic fusion me atingiu em cheio. Mais recentemente, tornei-me um super fã do SPC ECO, uma banda de dreampop de Londres.


Onde é o melhor lugar para encontrar você e ficar conectado?

Em dkandle.com. Estou constantemente atualizando-o com novas músicas, vídeos, notícias, posts em blogs e assim por diante.


Eu realmente aprecio seu tempo. Algo mais antes de terminarmos?

Quero lhe agradecer pela visibilidade que você dá aos artistas independentes, isto é vital para a cena!


Antes de terminar, gostaria de mencionar meus dois projetos eletrônicos, Colortronic e Aliencore. Lancei o álbum Sonic Rainbow sob o Colortronic em 2007 e o álbum Over The Moon sob o Aliencore em 2019. Você pode ouvir e baixar ambos os álbuns e Mondano no Bandcamp, assim como futuros álbuns. Divirta-se!





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